O início da prisão não-especial

O STF decretou o fim da prisão especial, embora não para todo mundo. Aquelas imagens recentes do juiz batendo na mulher, por exemplo, não renderão a juízes um tratamento “não-especial”.

Mas no fundo, o que salta aos olhos é, ao lado dessa manutenção de certos privilégios, o punitivismo de fundo contra o brasileiro não privilegiado. Pois a luta é a de acabar com a prisão especial de quem teve ensino superior. Não é, portanto, a de melhorar a prisão de quem não o teve.

E ponto final, vamos para casa com a consciência tranquila.

O episódio não deixa de ter coincidências com o jeitinho brasileiro de ver as manifestações na França contra a reforma da previdência. Por lá, à esquerda e à direita os franceses vão às ruas para impedir o aumento do intervalo da aposentadoria em 2 anos. Aqui, não fizemos nada para impedir a nossa, cujas consequências serão terríveis no futuro.

Elegemos outro presidente, mas pelo jeito ainda não conseguimos olhar para a frente em relação a nós mesmos e nossa história.

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